Queimando Gasolina Limpa
>> quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Avalie os motivos e emoções que energizam a sua pregação
Scott Wenig
Lembro-me de pregar depois de ter sido profundamente machucado por alguém. Eu não estava processando meus sentimentos corretamente, e minha raiva vazou no sermão sem que eu percebesse. Pessoas até mesmo vieram mais tarde e perguntaram o que estava errado – elas conseguiam ouvir a raiva na minha voz.
Também podemos ter problemas quando usamos a congregação como um disfarce para pregarmos a nós mesmos. Lembro-me de episódio de um pastor que pregava veemente contra a pornografia, e mais tarde descobrimos que ele mesmo estava enroscado nela. Sua pregação resultou da sua motivação de querer resolver seus problemas pessoais.
E também me lembro de um tempo de cinco anos atrás quando estava exausto e tentei pregar um sermão motivacional, para reagrupar a tropa. Achava que estava tentando encorajar a igreja, mas eu estava realmente tentando encorajar a mim mesmo. Soei falso, pois simplesmente não tinha nada a oferecer.
Joe Stowell conta uma historia de mais um poluente. Enquanto estava em uma igreja em Michigan, decidiu que algumas pessoas na congregação precisavam de uns acertos e consertos e que ele usaria o púlpito para alcançá-las. Mas Deus invariavelmente protegeu aquelas pessoas de suas exortações – toda vez que ele estava preparado para descer o chicote nelas, elas não iam ao culto naquele domingo. Ele finalmente percebeu que o Senhor estava lhe mostrando a não repreendê-las severamente, mas a amá-las e lavar seus pés. Toda congregação tem seus membros irritantes, mas usar o púlpito para pregá-los é uma má motivação.
Existe uma atitude subjacente na história de Joe que é comum entre nós. Os pregadores podem ficar tentados a pensar que as pessoas aí fora não se importam com Cristo, a igreja, o ministério ou o reino e seu progresso – elas vêm só para ficar sentadas. Esse tipo de pensamento cria a tentação de malhá-las. Vamos ao povo de Deus com a pressuposição de que não são o que deveria ser e, a menos que o alcancemos com a vara homilética, nunca serão.
Um colega meu, agora com mais de sessenta anos, disse que essa tinha sido a abordagem de seu primeiro pastorado logo depois que saiu do seminário. Todo domingo ele malhava a igreja do púlpito. Não era uma coisa movida pelo ódio; teologicamente, ele apenas sentia que o povo precisava ser motivado pela vara. Depois de seis ou sete anos, percebeu que a igreja não gostava dele e ele não gostava da igreja e ele teve que deixá-la. Ele agora olha para isso no seu passado e diz a seus estudantes: “Em tudo que fizerem, nunca ajam com essa atitude”.
A conseqüência de uma pregação dessas é que as pessoas não sentem que as amamos. Na maioria das áreas urbanas dos Estados Unidos, se as pessoas não gostam do tom da nossa igreja, se não sentem que alguém se preocupa com elas, vão a outro lugar. Obviamente isso machuca. Além disso, cria uma mentalidade de culpa. A culpa é um motivador medíocre para a vida cristã e não inspira mudança transformadora verdadeira. Normalmente, você se sente mal por quinze minutos, mas então para no McDonald’s e vai para um jogo de futebol, e a culpa se dissipa rapidamente.
Talvez o resultado mais perigoso de queimar gasolina ruim é que isso cria apatia. William Barclay disse que não existe nada mais perigoso do que a experiência repetida da emoção sem a tentativa de colocá-la em prática. Toda vez que alguém sentem um impulso nobre sem agir, torna-se menos e menos apto para fazer qualquer coisa. Descarregar emoção na congregação é pernicioso se o seu propósito não é de encorajá-los a fazer algo construtivo com essa energia. A menos que você dê às pessoas algo para fazer, você involuntariamente cria apatia.
Onde conseguimos o combustível certo para a paixão de nossa pregação? Um combustível limpo para a pregação apaixonada é o desejo de ver o Reino de Deus progredindo. Haddon Robinson chama isso de “pregando o ideal em vez do padrão”. Levantamos a barra e desafiamos as pessoas ao mais elevado ideal – até que queriam fazer parte disso, até que queiram fazer sua vida ter valor.
Várias ilustrações bíblicas mostram fontes de pregação apaixonada. No final de Lucas 11, Jesus interage com um grupo de fariseus, e quase dá pra sentir a fúria transbordando da página. Os fariseus estavam machucando e enganando outros, e Jesus ataca sua visão falsa da religião. Onde Deus vê falsa religião ou espiritualidade inautêntica, ele se torna intenso em relação a isso, e nós também devemos fazer o mesmo.
Nos primeiros dois capítulos de Gálatas, Paulo também se torna muito intenso acerca de doutrina. O que pensamos sobre Deus e como Ele interage conosco importa muito. Importava tanto pra Paulo que ele estava querendo ficar em pé sobre sua caixa de sabão e gritar. É como o pai que vê seu filho fazendo algo que o machucará.
O historiador Paul Johnson escreveu: “Idéias te conseqüências”. Se vemos as pessoas se desviando bíblica, teológica ou moralmente como ovelhas para o abismo profundo, isso deveria incitar em nós um ardor divino.
Precisamos distinguir entre indignação correta e raiva impura em nosso coração. Quando eu estava pregando sobre aquela passagem de Jesus com os fariseus, falei com paixão enquanto pregava sobre religião autocentrada e auto-enganada. Mas eu usei meu próprio exemplo como ilustração. Citando casos em que eu fora autocentrado ou auto-enganado. Em vez de apontar o dedo e dizer: “Você é autocentrado”, compartilhei a partir da nossa condição humana comum.
Também me perguntei: “Estou crescendo em meu amor por Deus e pelos outros?”. Todas as igrejas têm problemas, confusões e fraquezas. Mas se estou crescendo no meu amor pela igreja e quero vê-la se tornar o que Deus pretende e, se tenho uma preocupação crescente com os pobres, oprimidos e negligenciados, minha paixão será pura porque é um reflexo da paixão no próprio coração de Deus. Read more...
Planejando sua pregação
>> segunda-feira, 5 de abril de 2010
Parábola da Sementeira Homilética
>> quinta-feira, 18 de março de 2010
8 Atestações sobre a Pregação
>> segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Algo claro no N T sobre a pregação de Jesus, é que ele sabia como se fazer entender. Sua linguagem era adequada à sua realidade. Sua sabedoria o levou a buscar sempre aplicações que pudessem ser úteis as necessidades das pessoas. Ele nunca se preocupou em impressionar, mas queria chegar mais próximo de sua audiência. Talvez por isso, sua pregação era repleta de aplicação.
Qual o Propósito da Pregação?
>> sábado, 30 de janeiro de 2010
Havia um pastor Anglicano que era muito preguiçoso e há muito tempo já havia desistido de preparar os seus sermões. Sua congregação era de pessoas de pouco cultura, Ele tinha o dom da oratória, de modo que era muito fácil para ele pregar sem qualquer preparação. Além de preguiçoso, ele também era muito piedoso, de modo que racionalizava sua preguiça como muitas vezes os piedosos fazem. Ele fez um voto muito solene: jamais voltaria a preparar os seus sermões, falaria de improviso e confiaria que o Espírito Santo lhe daria o que falar. Por alguns meses, tudo correu muito bem.
Certo dia, faltando 10 minutos para as 11 horas, na manhã de domingo, um pouco antes de o culto começar, quem entra pela porta da igreja? O bispo. Era uma visita de surpresa. Ele sentou-se num dos bancos. O pastor ficou imaginando o que deveria fazer. Não havia preparado o seu sermão. Pensou que podia enganar a congregação, mas sabia que não conseguiria enganar o visitante. Ele foi até ao bispo, cumprimentou-o e lhe disse: "Acho que devo explicar-lhe uma coisa. Alguns anos atrás eu fiz um voto de que nunca iria preparar os meus sermões, mas confiaria no Espírito Santo". "Está tudo bem", disse o bispo, compreendendo muito bem a situação. O culto começou, mas, no meio do sermão, o bispo levantou-se e saiu. Quando o culto terminou, o pastor foi para o Gabinete. Encontrou sobre a mesa um bilhete com a letra do bispo e nele estava escrito o seguinte: "Eu te absolvo do teu voto".
Agora quero contar-lhes outra história, desta vez, de um pastor presbiteriano arrogante. Este pastor morava ao lado da igreja. Ele costumava vangloriar-se de que todo tempo que precisava para se preparar era o tempo que gastava para ir de casa à igreja. Você pode imaginar o que os presbíteros fizeram. Mudaram a casa para 8 km de distância. Assim, ele tinha mais tempo para preparar os sermões.
A bem da verdade, estórias assim acontecem na história de nossas igrejas com certa frequência. O descaso com a preparação e o propósito da pregação parece ser algo comum. Muitos colocam a culpa no Espírito Santo, quando dizem “ O Espírito me disse para fazer isso...”
Certa vez, em um curso onde ministrava sobre evangelismo, alguém interferiu quando eu falava e defendia que todos os cultos podem ser evangelísticos e todos os cultos podem ser também de adoração e ainda, todos os cultos podem ser de crescimento... “ Mas pastor, no dia de meu culto de adoração e crescimento não há espaço para evangelização...” Essa mentalidade, que secciona os cultos atribuindo-lhes razão especial e específica, não me parece apropriadamente ajustada com a visão de Jesus Cristo e com as Escrituras sagradas de maneira geral. Entendo que em certas oportunidades existam algumas enfases, mas nada além disso
O maior de nossos desafios como pregadores é: sermos relevantes, oportunos, profundos,bem humorados, pessoais, bíblicos, contemporâneos, atuais e com linguagem coloquial e ainda , com unção, trasmitirmos o evangelho e seu apelo ao Ser Humano deste século, indo em busca de suas necessidades. Creio que aí se encontra parte de nossas dificuldades. Isso porque:
1. Boa parte dos pregadores não está interessado em mudar seu estilo e maneira de pregar
2. Boa parte dos pregadores acham que isso não faz diferença, desde que a Bíblia seja pregada
3. Boa parte dos pregadores faz um esforço enorme para, nos pulpitos, se transformarem naquilo que eles não são, falar o que não experimentam, omitir suas experiências, fazer um catarse de seus traumas e polêmicas pessoais. Esses impostam suas vozes e de fato , no pulpito são outras pessoas
4. Boa parte dos pregadores se dirige apenas aos crentes, usam uma linguagem "evangeliquêz", formal e em alguns casos parecem antigos radialistas. Quando não usam o coloquial, se afastam da audiência criando uma imagem diferente de quem de fato são".
Nessas postagens , vamos tentar colocar o que se entende como pregação com propósito, colher testemunhos e artigos, nacionais e internacionais. A idéia é colaborar na pregação do evangelho, mas , definitivamente, com propósitos. Read more...
PREGAÇÃO QUE CONECTA
>> terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Fui visitar a casa de uma mulher que frequenta a igreja que eu pastoreio. Quando eu entrei no apartamento, o marido dela estava adormecido em uma poltrona na sala de estar, O homem parecia uma “Concha magra”, e parecia também que sua substância tinha sido chupada fora pelo Wísky. A pele dele era amarela. Quando ele despertou e nós nos encontramos, sua voz era roca de tanto fumar, e parecia um contralto de coral. Os olhos dele pareciam mostrar ódio e isso fez meu sangue correr frio.
Este era o homem abusivo, exigente, com o qual aquela mulher, de nossa igreja tentava conviver dia após dia. Ela tinha me contado histórias terríveis sobre ele.
Eles se mantinham através de um salário desemprego e sua casa estava “escrita” pobreza por toda parte. No jardim tinha um pneu abandonado cheio de sujeira. O chão da cozinha se inclinava abruptamente, e as paredes sombrias precisavam de pintura. Na sala de estar, o tecido nos braços das cadeiras mostrava aquele aspecto de “super usado”, uma ou duas cadeiras estavam pensas devido a uma perna perdida, as almofadas estavam desgastadas e moles. Ratoeiras estavam em todos os lugares. Iluminando o ambiente tinha algumas lâmpadas de no máximo 40 watts cada.
Mas cada semana algo acontecia na vida desta mulher que a elevava a um vôo mais alto e mais luminoso. Ela viria para igreja e ouviria um sermão. Aquele sermão não era nada menos que uma dose condensada de dignidade que dava saúde e enobrecia seu espírito danificado. Eu percebia as lágrimas de gratidão todas as vezes que ela saía da igreja e voltava para sua casa.
Seja qual for nosso estado, a vida diária em um mundo caído é um passeio por uma realidade depreciada. As pessoas que assistem os cultos em nossas igrejas são bombardeadas diariamente por falsos valores e convicções que diminuem a criação de Deus, por desprezos pessoais e insultos, e pelas acusações de Satanás. As mentes deles são assaltadas através de imagens escabrosas na mídia e por coisas profanas que são censuráveis a Deus porque humilha a criação.
Eles estão sujeitos a pecados que arruínam a imagem de Deus dentro deles. Eles sofrem imagens do ego distorcidas que contradizem a verdade de Deus.
Depois de uma semana deste tipo, é um milagre que uma pessoa ainda possa entrar em uma igreja com uma sensação de melhora (e as faces de muitos confirmam isso).
Entretanto eles ouvem um sermão ungido e então, a ordem das coisas muda. Como pessoas eles sentem uma “puxada” superior vinda do céu. O sermão revela o caráter de Deus que infunde toda a vida com significância e majestade. O sermão conta quem somos nós na visão de Deus, que Ele nos criou à sua imagem divina, e nos destinou para glória. O sermão revela o pecado e anuncia que somos redimidos. O sermão honra a moralidade que eleva o ser humano. O sermão assume que as pessoas podem pensar e podem discernir sobre vida e o Livro da Vida. O sermão chama ao compromisso e trata as pessoas como agentes responsáveis cujas escolhas sempre importam. O sermão invoca Cristo Emanuel, Deus conosco, que consagra a vida humana o segundo Adão e que um dia vai ressuscitar os crentes na semelhança dEle. Um sermão é a mais intensa dose de dignidade que qualquer pessoa pode receber.
Se sentar para ouvir um sermão de qualidade é algo como ascender ao Monte da Transfiguração. Antes daquele momento, Jesus parecia, vestia e se cuidava como um ser humano comum, ordinário. Mas naquele monte da transfiguração Ele u como um homem comum. Mas no Monte de Transfiguração, a aparência dele mudou para exibir a natureza divina que estava plena nele. A glória de Deus radiou adiante, a face dele brilhava como o sol e as roupas dele se tornaram em um branco divino. As cortinas se abriram mostrando a realidade.
De certo modo, durante um sermão, nós somos transfigurados. Nossa verdadeira dignidade vinda de Deus brilha. Nada na vida trata um homem ou uma mulher de maneira que ele (a) assuma sua vida e cresça para melhor.
Não haveria um presente mais caro que eu pudesse ter dado àquela mulher que o melhor de mim e o melhor de Deus, em um sermão.
Um bom sermão é uma dose semanal e concentrada de dignidade
Craig Brian Larson
Um Blog para os pregadores
As Igrejas brasileiras estão, a cada dia, se enchendo de pessoas em busca de uma mensagem que supra as suas necessidades e lhes dê esperança, apesar do dia a dia de suas vidas. Que lhes abasteça com essa esperança para a semana que se aproxima.
Lanço esse blog, para que seja um espaço aberto para cristãos, pregadores leigos ou ordenados, ministros e "sacerdotes"
Sua opinião é importante e poderá ser expressa , mas sempre dentro desse tema, qual o propósito da pregação bíblica? Se você tiver algum artigo que gostaria de ver publicado, simplesmente remeta-nos um e mail e entraremos em contato com você.
Em Cristo
Miguel Uchôa
Administrador do Blog